O filme Dzi Croquettes – Direção de Tatiana Issa e Raphael Alvarez (Brasil, 2009) é uma obra genial. Adorei. Informação, resgate, identidade e memória são temas que percorrem a narrativa deixando o espectador extasiado. Quando fiz a faculdade de teatro, minha monografia (ainda não existia o tal de TCC) foi sobre a evolução do espaço cênico do TBC até o Oficina passando pelo Arena. A evolução se dava desde o palco italiano do TBC, Teatro Brasileiro de Comédia, que importara diretores e técnicos de teatro italianos para fazer no Brasil o mesmo teatro que se fazia na Europa Financiado pelo empresário Franco Zampari mudou o panorama teatral brasileiro e cria gerações e gerações de grandes atores e diretores. Mais tarde, pressioandos pelo questão financeira José Renato cria o teatro de Arena usando uma ideia americana que barateava a produção e mantinha a mobilidade dos espetáculos. E num terceiro momento, o grupo Oficina comandado por Zé Celso Correa Martinez revolucionaram a cena o palco sanduíche do Oficina no grande projeto da Lina Bo Bardi. A aventura criativa do Oficina contou com a visita de Julian Becker e Judith Malina do Living Theater. O resultando deste encontro momentoso culmina com a virada do Oficina e a criação do Te-Ato em uma performance antológica na Universidade de Brasilia. Todo o campus univeristário foi palco da encenação. O Te-Ato desenvolvido pelo Teatro de Oficina em sua re-volição visava intervir diretamente no cotidiano. Por sua ousadia e intensidade sempre pensei que o grande teatro da vanguarda produzido no Brasil teria sido o Oficina. Pois depois de ver Dzi Croquettes cheguei a conclusão que talvez não. O que os Dzi fizeram foi um ato teatral dos mais audacioso e vanguardistas dentro do negro período da ditadura brasileira. Revolução em todos os sentidos, do corpo, do comportamento, da estética, era marcada pelo deboche e pelo sarcasmo que debulhava um mundo careta, demente e temente. E por esta via, criaram o grupo de teatro (sim eram um grupo de teatro) mais importante do Brasil e com maior repercussão no mundo que qualquer grupo que eu conheça. Só uma palavra, vejam.
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O filme Dzi Croquettes – Direção de Tatiana Issa e Raphael Alvarez (Brasil, 2009) é uma obra genial. Adorei. Informação, resgate, identidade e memória são temas que percorrem a narrativa deixando o espectador extasiado. Quando fiz a faculdade de teatro, minha monografia (ainda não existia o tal de TCC) foi sobre a evolução do espaço cênico do TBC até o Oficina passando pelo Arena. A evolução se dava desde o palco italiano do TBC, Teatro Brasileiro de Comédia, que importara diretores e técnicos de teatro italianos para fazer no Brasil o mesmo teatro que se fazia na Europa Financiado pelo empresário Franco Zampari mudou o panorama teatral brasileiro e cria gerações e gerações de grandes atores e diretores. Mais tarde, pressioandos pelo questão financeira José Renato cria o teatro de Arena usando uma ideia americana que barateava a produção e mantinha a mobilidade dos espetáculos. E num terceiro momento, o grupo Oficina comandado por Zé Celso Correa Martinez revolucionaram a cena o palco sanduíche do Oficina no grande projeto da Lina Bo Bardi. A aventura criativa do Oficina contou com a visita de Julian Becker e Judith Malina do Living Theater. O resultando deste encontro momentoso culmina com a virada do Oficina e a criação do Te-Ato em uma performance antológica na Universidade de Brasilia. Todo o campus univeristário foi palco da encenação. O Te-Ato desenvolvido pelo Teatro de Oficina em sua re-volição visava intervir diretamente no cotidiano. Por sua ousadia e intensidade sempre pensei que o grande teatro da vanguarda produzido no Brasil teria sido o Oficina. Pois depois de ver Dzi Croquettes cheguei a conclusão que talvez não. O que os Dzi fizeram foi um ato teatral dos mais audacioso e vanguardistas dentro do negro período da ditadura brasileira. Revolução em todos os sentidos, do corpo, do comportamento, da estética, era marcada pelo deboche e pelo sarcasmo que debulhava um mundo careta, demente e temente. E por esta via, criaram o grupo de teatro (sim eram um grupo de teatro) mais importante do Brasil e com maior repercussão no mundo que qualquer grupo que eu conheça. Só uma palavra, vejam.
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