Cena Lamentável


Fronteiras do Pensamento é um projeto que inicou no ano passado e por ele já passaram os mais importantes pensadores da contemporaneidade. Neste ano o projeto direcionou-se para a arte de modo geral. A arte, conforme nos escreveu Nietzsche, foi inventada pelo homem para que a realidade nos nos destrua. Sendo assim a arte faria uma intermediação entre a realidade bruta da violência do Real e dos nossos sentimentos para uma discriminação das percepções e a criação de um pensamento que subjetiva o indivíduo. Ou seja, a arte nos auxilia a acessarmos o humano dentro de nós. Por isso, achei muito bom que as Fronteiras do Pensamenteo tivessem se ampliado em direção a arte deixando um pouco de lado uma certa propaganda neo-liberal que impregnou as palestras no ano que passou. Porém, e como diz o samba, ai porém, no momento em que entra em cena o teatro o temos é uma espetáculo lametável protagonizado por dois palhaços-bicha: Gerald Thomas e Fernando Arrabal. Um festival de vaidade, farpas juvenis e umn grand finale com um suicído intelectual da dupla usando com corda do enforcado seus egos. Fico pensando que o teatro já não goza de tal prestígio para jogar fora uma oportunidade de diálogo como esta. E mais, a contatação triste da vigência de uma espécie de protesto juvenis contra a burguesia tão em voga nos 60 e 70 e que revela-se um ritual de obscuridade com o fito apenas de nublar a falta de articulação do discurso. Gerald e Arrabal se apresentaram como representantes de um pensametoo fadado a extinção porque repleto de lugares- comum, preconceitos e vaidades. Faz tempo que o teatro abriu mão de tal tipo de estrelismo. O que pode ser que tenhamos assistido foi o ocaso de um época. E por toda a força ridícula que se imprimiu no discurso de ambos é happy end. Terminou o que tinha que terminar. Fecha o pano. Só não precisava ser tão melancólico e tão patético.

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