TROFÉU AÇORIANOS

A festa da entrega do Açorianos 2008 teve quase tudo que todas as festas promovidas para o teatro tem. Um pouco de reconhecimento, um pouco de arte, um pouco de celebração, um pouco de choro, um pouco de caos e um pouco de amadorismo. Transmitida pela TV COM a entrega ainda carece de um tom mais profissional. Muitos erros que se acontecessem em qualquer um dos espetáculos premiados, o diretor estaria arrancando os cabelos, rasgando a camisa e esfaqueando os atores e matando os técnicos. Eu sofri assistindo. Ficava imaginando o espectador na frente da TV e pensando que depois do que ele estava assistindo, algum dia ainda se ariscaria a frequentar alguma das peças premiadas. Ponto alto foram as apresentações dos Medicos do Sorisso e do Circo Girassol, apesar do final melancólico e melodramático, no restante manteve um clima circence de alto astral. O grande homenageado da noite - e com toda a justiça - foi o dramturgo Ivo Bender. Mais uma vez rende-se homenagem a dramturgia gaúcha. O melhor da noite foi Carlos Cunha quando incisivo lançou a campanha: chega de cachê simbólico! O ponto frágil foi a desoganização da apresentação quando as duplas se atrapalhou e parou a cerimônia deixando o prefeito José Fogaça e a big boss Alice Urbim sem ação no meio do palco. Valeram a emoção dos ganhadores. Há anos que deixei de pensar em termos de merecimento. Acho que quem ganha mereceu. Citando o filosofo Diego Armando Maradona: "Vitórias não se merecem, se conquistam!" Quem ganhou e conquistou foi o grupo Stravaganza faturando os prêmio mais importantes e o Daniel Colin que desponta como o grande artista de sua geração. E ganhou também a diversidade quando o flamenco e o teatro de bonecos entraram no hall da fama. Mas ganhou mais de todos foi uma idéia, o grupo. Os grandes agraciados foram empreendimentos de grupos. E mostraram um grau de diversidade que comprova que existe espaço para todos os teatros, todos gêneros, todas as formas e todos os meios. O resto é preconceito.

Comentários

Colin disse…
Acho que tens absoluta razão em tudo que escreveste, Júlio. Além de ver o trabalho de grupo ser premiado, vimos vários artistas jovens ganharem prêmios, provando que uma nova geração está surgindo com força total! Por isso, sinto-me orgulhoso e feliz quando escreves aquilo de mim. Muito obrigado pelas palavras e pelo carinho! Realmente foi muito a fudê receber os dois prêmios das tuas mãos! Grande abraço.
Helena Mello disse…
Também concordo com tudo e, por mais afeto que tenha pelas pessoas que iam aparecendo e que me fizeram sorrir a cada erro, como programa para a TV ainda é um caos. Quem é apenas vítima dos erros faz questão de deixar isso muuuito claro, o que vai prejudicando a apresentação. Acho que não seria má idéia todos assumirem de vez o personagem de apresentador e parar de achar graça de ficar sem texto! Fazer da entrega um espetáculo bem feito! Vai dizer que não tem gente competente para isso?

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