A vida não vale nada, mas nada vale a vida.

Pois quase silenciosamente tenho mais uma estréia. Para quem interessar possa, para aqueles que leem nas entrelinhas, para aqueles que a poesia ainda tem um sentido, e também para todos os outros, e para todos os mesmo, declaro que eu continuo vivo e fazendo teatro. Não vou dizer que os cães não ladram, mas eu passo, passarinho. E hoje no Teatro de Arena, contrariando o establishment, conto uma história no palco. Sei que história esta em baixa na bolsa de valores do teatro posdramático, mas eu cada vez mais me sinto eu mesmo e só posso oferecer ao público um pedaço de uma verdade vivida, pessoal e intrasferível. Esta é a minha função enquanto artista. Sigo o meu sonho de produzir uma dramaturgia gaucha, junto com Ivo Bender, Artur Pinto e os de outro mundo como o Carlos Carvalho, o Guto Greco e outros tantos que insistem que vale a pena escrever, pois este é o exercício de futuro. A peça chama-se DANÇAREI SOBRE TEU CADÁVER que é a crônica de uma sociedade de consumo onde os indivíduos se movem dentro de um universo claustrofóbico e familiar. A peça narra a vida e morte de Lifeboy, consumido pela sociedade onde a morte é incitada a ser vivida todos os dias e as intoxicação em doses alopáticas destrói neurônios e futuros, restando doses homeopáticas de morte como um antídoto para proteger a vida. Lifeboy busca os estudos para se evadir de um universo sem saída. Recebe ajuda de Santos, seu tio que é um miliciano a serviço de Habib, o comerciante. Nesta trajetória ele se defronta com Pantera, representante do tráfico e da ascensão social fácil. E tem um namoro com a Vida, seu amor adolescente. Tem uma relação com Lorinha, uma representante da vida burguesa que se envolve com o crack e dali não consegue mais sair. Temos ainda uma gama interessante de personagens; Neneca, evangélica buscando a saída religiosa para suportar a penúria, casada com Luiz, um ex-presidiário que sonha com um emprego decente para nunca mais ter que voltar para o presídio. Anastácia com seus delírios místicos busca desvendar o futuro. E Cida, uma moça bonita que se prostitui até engravidar, a partir de então, busca um pai para seu filho. A busca de pai é uma referência psicanalítica da busca de um pai simbólico, do qual toda uma sociedade sente uma aguda carência. Assim, temos os dez personagens que desenvolvem a trama onde o épico e dramático se alternam, compondo a Morte e a Vida de Lifeboy vista pela perspectiva de cada um deles.






E para provar que a vida vale a pena, está em cena dentro do corpo da Luciana, o Daniel, filho do Evandro Elias.

Texto
Júlio Conte e Vicky Mendonça

Direção
Júlio Conte

Elenco
Boni Rangel

Carol Falcão

Cristiano Godinho
Evandro Elias
Fabiano Gerêmias
Fernanda Moreno

Luciana Domiciano
Martha Arsego
Nina Eick
Romes Pinheiro

Temporada: 8/10 a 9/11 – sextas, sábados e domingos;

Horários: 20h30min (sextas e sábados) 19h30min (domingo);

Local: Teatro de Arena (Av. Borges de Medeiros, 835 - Centro);

Ingressos no local – R$ 10,00.

Apoio: Cômica Cultural -
http://www.comicacultural.com.br/

Link do vídeo no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=TK5Tldy2EcM

Comentários

Postagens mais visitadas