DA JANELA DO MOINHOS DE VENTOS

A vida é um negócio complexo. O material vivo, organico não reage do mesmo modo sempre, afetado por um sem número de fatores que escapam a nossa possibilidade de prever. Vivemos em nuvens de possibilidades. Discutimos, polemizamos, desenvolvems teses e defendemos posições. Mas tem uma hora que tudo se acalma. Agora estou escrevendo este post sem saber onde ele vai se concluir, deitado numa cama de hospital. Foram duas cirurgias na coluna e agora espero ansioso a alta para voltar a ação. Conclui recentemente a Larissa Não Mora Mais Aqui e ensaiva as Mulheres de Vinicius, sarau musical sobre a vida do poeta. Coisas simples acontecem, a dor é uma delas. Dor que impede de se mover e que obriga a abrir espaço para descomprimir a medula. Estou quase bom. Amanhã saiu da cama e - espero - terei alta. Voltar ao trabalho, o consultório, aos ensaios, conversar com os amigos. Os dias são longos vistos pela janela do Moinhos de Ventos. O rio é belo e o dia passa como um cartão postal. Mas assim, parado, tudo é simples demais. contrasta com o que a vida me pede e eu me entrego para ela.