FANTASMAS
Os livros estão cheios de fantasmas. Ficam escondidos dentro das págians, entre letras, mofando lentamente sob o efeito dos ácaros e do pó que se precipita. Ali germinam em silência a espera de uma mente que lhes acolha. O livros são como casas velhas repletas de histórias. Aquela janela tem história, o vidro rachado tem história e até mesmo o mofo das casas tem história. Por isso lamento as casas que vão para o chão em nome de hiper altos edifícios. Eles também terão história e serão habitados por fantasmas quando talvez eu seja um deles. Outro lugar que congrega fantasmas é o palco de um teatro. Séculos de luzes artificiais sobre as tabuas surradas albergam vidas revividas ao longo do tempo. Milhares de vidas postadas no tablado teatral. Todos teatros tem seus fantasmas e por isso, é motivo de alegria o despertar do Porto Alegre Em Cena, hoje. Momento importantíssimo da vida cultura da cidade no qual todos os fantasmas do teatro se depreendem, vem a luz, acasalam, bebem, fumam, transam, transgridem, inqueiteam e passeim pela cidade carregando o dionisíaco espírito que toma conta das almas de um cidade que assim deixa de ser fantasma.
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