Sei que se mente muito na internet e mais ainda em divulgação de teatro. Sempre se puxa a brasa para o nosso assado. É de praxe e já vem com desconto. Só que desta vez vou falar o que penso mesmo. Ontem na estréia da PILULA DE VATAPÁ tinha umas trinta pessoas no teatro. Eu esperava menos. Peça nova, sem patrocínio, pouco espaço na divulgação. Apoio RBS TV, Clube do Assinante ZH, TV Com, TV E e muita disposição do grupo. Mas isso é que acontece com todos os grupos de teatro de Porto Alegre. Todos nós padecemos da falta de patrocínio, falta de espaço, e falta de todo o resto. Mas no entanto a gente está em cena. Renato Campão colocou Apareceu a Margarida em cena, a Megera Domada também, meu sobrinho Tiago Conte colocou uma peça com texto e direção dele em cartaz no Rio de Janeiro e a PÍLULA estreou no Teatro de Arena de Porto Alegre. Posto este pequeno panorama, quero falar do espetáculo. A peça tem uma narrativa muito interessante. São oito vidas que gradativamente se cruzam e tem como narrador um locutor de uma rádio sensacionalista. A estréia foi muito legal, tudo andou bem, o elenco estava muito afinado. A entrada do Rafael Regoli e do Eduardo Mendonça compactaram o elenco que já tinha o Fabiano Geremias, Fabíola Barreto, Aline Cardoso, Joana Pimentel, Lucas Sampaio e Luiza Hertel. A iluminação do Gabriel Lagoas estava perfeita e a produção da Comica ótima. O teatro nos ofereceu um técnico de qualidade, Tadeu Pé de Vento.

Mas o que a gente vê na peça. O comentário se resumia em três palavras: teatro, teatro, teatro. O jogo todo descortinado, a história contada e montada na frente de todo o mundo como uma brincadeira de fabular. A vida de cada personagem é contada com cinco cenas e elas vão se repetindo e se cruzando até formar um painel grave, divertido e irreverente do Brasil.

Convido a todos. Vale a pena.

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