O DEBATE SOBRE A CRITICA
Conforme prometi, vou contar um pouco, sobre o debate ocorrido na Usina do Gasometro na sextafeira, dia do teatro. Presente no local poucas pessoas, o menor publico de todos os debates. Dizem que foi a sextafeira, o engarrafamento na saida do Centro, o calor etc. Acho que os teatreiros ainda não aprenderam a debate. Mas quem participou de outros jura que foi o melhor dabate.
Ponto negativo foi que não havia nenhum editor , nem da ZH, nem da Revista Aplauso, nem qualquer outro editor de cultura.
Momentos de tensão marcaram as primeiras intervenções do publico. Quem mais sofre foi o Renato Mendonça tendo que defender a linha editorial da ZH. A fala inicial dele foi ótima, mas deixou uma gafe ao se referir ao teatro como algo pobre. Pressionado se atrapalhou.
Luiz Paulo estava com a sobriedade que lhe é característica. Quando questionado na dupla função de critico da Revista Aplauso e artista mostrou que está atento a esta contradição.
Eu falei sobre a transitoriedade do teatro e de como isso se manifesta no sistema crítico. Teatro sofre da urgencia de existir. Mas o grande nome que emergiu do dabate foi Antonio Holhfeldt. Matou a pau. Carismatico, centrado e sábio expos sua trajetória no Correio do Povo e no Jornal do Comercio. De quebra contou que a ZH não o quis como crítico. Antonio é um pedaço da história do teatro gaúcho. Da platéia Helena Mello, jornalista que pesquisa blogs de teatro, foi muitas vezes incisiva e Rodrigo Monteiro mostrou que esta cada vez mais preparado para ocurpar um lugar de destaque na refexão sobre teatro. O que me surpreendeu foi de como blog incomoda a impressa oficial. Acho que é porque publica a voz de quem não tem voz e as pessoas estão cansadas de versões oficiais. Querem intimidade, querem o detalhe, o sentimento particular, querem alguma coisa mais do que a pasteurização da informação.
Confesso que sai feliz.
Outro dia publico minha fala, pois como sabia que estava frente a três feras bem articuladas, levei o texto por escrito. Ler me ajudou e ficou o registro.
Ah, e terça tem TA E AI com participação da Ingra Liberato e da Ju Brondani.
Comentários
"É preciso estar atento e forte"
PS: Também sai bem impressionada com o Holfeldt. Posições claras sem arrogância!
E agradeço a Helena pelo comentário tão generoso. A única coisa que o Antoninho 'quase' pisa na bola e que eu deixei passar (o clima estava muito bom) foi ele ser taxativo que meu teatro é comercial. Penso que isso é um rótulo que carrega seu próprio prejuizo. Meu teatro é efetivamente comercial. Mas não só. Não se pode dizer que Pilula de Vatapá, Dançarei Sobre Teu Cadáver e o Rei da Escória se enquadram nesta configuração. Mas tudo bem. Ninguém é perfeito, nem ele, nem eu.