O Japão é aqui!
A tragédia no Japão e suas consequências no mundo me comovem. Não se trata de pauta de programa sensacionalista, menos ainda de formas de ganhar em cima da desgraça alheia. Mesmo porque no caso a desgraça alheia e a nossa própria. O fato é que, apesar de um esforço racionalista, me assusta pensar que a Terra é um ser vivo que está em movimento constante. O narcisismo nosso de cada dia nos dá a sensação de estabilidade, coerência e razão. Mas basta um tremor para nos lembrar que somos feitos da matéria mais frágil e inconsistente que, por motivos além de nós, sobrevive ao longo dos séculos. Suponho que isso vem acontecendo através de milênios devido ao fato da própria fragilidade humana despertar um dos sentimentos mais poderosos de toda a história humana: a solidariedade. Esta nos faz superar aquilo que Freud chamou de narcisismo da pequenas diferenças e nos iguala frente ao destino, a velha moira dos gregos, e frente a vida em si e nos devolve ao que temos que melhor, o humano, demasiado humano de Nietzche.
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