A MORTE DE AUGUSTO BOAL
Morreu na madrugada deste sábado no Rio de Janeiro o diretor de teatro, dramaturgo e ensaísta Augusto Boal.
Fundador do Teatro do Oprimido, ele sofria de leucemia e estava internado na CTI do Hospital Samaritano, no Rio.
Conheci a obra de Augusto Boal numa viagem dentro de uma barca, descendo o Rio São Franscisco de Pirapora até Juazeiro da Bahia. Eu estava deitado na minha rede que servia da cama durante os sete dias da travessia para dentro do Brasil quando um pessoal do Rio começou a passar um livro como se fosse um baseado e todos liam e comentavam. Até que parou na minha mão o Teatro do Oprimido que devorei em poucas horas enquanto a barca deslizava pelas águas barrentas do São Chico.
Depois quando estava com BAILEI NA CURVA em cartaz no Rio de Janeiro, apareceu aquela figura mágica perguntando se tinha convvites. A bilheteira ainda procurava o nome na lista quando liberei a entrada. Quis conversar com ele, dizer, tudo bem, meu nome é Julio Conte sou o diretor da peça que você vai assistir, mas sei lá, o pequeno colono que há um mim se calou e deixari passar aquele momento.
Ainda tive um terceiro encontro, numa oficina em Porto Alegre, em que ele desenvolvia suas técnicas. Mas ali também não falei com ele.
E assim, passei perto, intimo e incógnico de um dos caras que mais me influenciou minha vida artistica.
Ontem ele se foi e agora a conversa com ele está tão alta que parece que o teatro grita com todas as linguas não faladas.
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