CHUVAS...
Tem momentos que a sequência de fatos se sucede tão rápido que não somos capazes de absorver num tempo humano e aceitável. É assim com acidentes, catástrofes ou doenças. Mais raro é uma enxurrada de alegria. daquelas que desce a rua lavando a alma e levando todo o mundo de roldão. É mais ou menos assim que estou me sentindo. De repende tem em cartaz SE MEU PONTO G FALASSE, eu dando entrevista e na semana seguinte tem LARISSA NÃO MORA MAIS AQUI e BAILEI NA CURVA. Olha a enxurrada aí, gente!
LARISSA apoia-se na especulação imobiliária que transfigura e corrompe o imaginário de uma cidade. O tempo passa e determinados lugares essenciais dentro da vida de muitas pessoas passa a habitar tão somente a memória. Casas que moramos, pessoas que conhecemos ou lugares que passamos que evaporam como uma chuva de verão. Bailei também toca no mesmo ponto. A vida que vivemos onde é que fica? O palco é um dos lugares que a memória pode se apossar. Ali no palco a vida sempre se repete eternamente a mesma e nova ao mesmo tempo. O milagre da persistência a nos mitigar da grande e irreversível enxurrada, aquela que tudo leva, que tudo consome e a todos afeta: o tempo.
Minha matéria preferida. Espaço de passagens, transformações e permanências.
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