Até quando?


Não tenho nenhuma intenção de fazer o papel de pentelho, nem de soldado do passo certo, mas a falta de um espaço para discussão e por uma certa hegemonia ideológica – na minha opinião doença da nossa cultura – aliado a uma política cultural que já dura muitos anos com as mesmas pessoas ocupando os mesmos cargos e sempre os mesmo decidindo o destino do teatro gaúcho, me obriga a abrir o bueiro e sair da minha neutralidade. Esta mesma turma que ocupa os eternos cargos e determinam a utilização dos espaços culturais e tem uma certa ingerência sobre alguns meios de comunicação graças à poderosa força política que nada tem a ver com a estética (nem com a ética). O resultado desta longa jornada noite a dentro, esta já tão longa administração que ultrapassa a sucessão dos partidos políticos no poder, é um festival de fracassos que se reflete numa política cultural pífia, voltada para a repercussão política e não no engajamento social e diálogo com o público. Teatros vazios, produções cada vez mais deficitárias, espaços culturais sucateados e, pior que tudo, a empáfia de quem sabe a solução. Também é verdade que não foram eles que se colocaram ali, mas sim dirigentes culturais que não tem experiência com produção, muitos raramente freqüentam um teatro e por isso buscam o resultado de mídia cultural imediato.

A pergunta que não consegue calar é até quando?

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