Para não dizer que não falei de filmes.
Continuando os pensamentos do post abaixo. Sobre os curtas que assisti na PUC e o dramártico e posdramático. Essas questão devolve o humano a sua incompletude. A narrativa é incompleta, reversível, sujeita a interpretações e mantido sobre o signo da indecidilidade. Nada mais do que humano. O homem em sua trajéoria trágica, caminhante errático, descendente de Édipo e incompleto, tem origem incerta, um destino desconhecido, e submete-se a subjetivação do Real. Passa a existência bsucando certezas e tateando objetos, pescando afetos e decifrando emoções. O homem é narrativa. E toda narrativa é incompleta e lacunar. A não ser através de uma crença, que corre o risco de beirar ao fundamentalismo, podemos sustentar as certezas.
No primeiro filme do Gabriel Carrion, Cinco Dedos, começa com uma reflexão sobre a vida. Perdemos aquilo que mais desejamos não obstante e o narcisismo constantemente a reafirmar a concretude e a posse. A seguir temos a situação. Dois homens: um amarrado, subjugado e outro no controle. Gerenciando um processo que, mais tarde saberemos, é de vingança. A câmera congela e eles são apresentados. Aqui já temos o sujeito épico do drama. Embora a cena mostrada aconteça presente, tudo já aconteceu. A partir desta situação Gabriel reconstrói a relação dos dois, o passado através de fotos representativas de um tempo que os unia na gag de lutadores de rua. O gay espancado e a namorada assassinada por ser pivô do abandono da gag pelo líder. E assim, com um martelo e uma faca, o ex-líder perpetra a sua vingança pela morte da namorada e enquanto o subjugado mostra sua admiração pelo líder da troupe. Porém, no sujeito épico do drama, é necessário que ele também não tenha todo o controle da situação. Poderia se desenvolver a atração entre os amigos, uma espécie de admiração quase incondicional. O amor sem sexo que está embutido nos brother, parceiros, e cumplicidade entre homens. Uma admiração tão grande e idealizada que conduz invariavelmente a decepção. Esta trilha deixaria os afetos mais complexos. Gabriel temeu fazer uma história gay e ficou um pouco aquém de sua realização. Se fosse mais fundo, a trama não seria entre dois gays, mais entre dois homens com um mistério emocional entre eles. Um lance humano.
Alice Castiel Ruas como “Coisas Que Esquecemos No Sono”, produz uma obra quase posdramática. A narrativa é indecidível, poetica, pequenas cenas, quase esquetes líricos. Começa com imagem de uma mulher lavando a terra de um vaso. Angústia no ar. Depois ela desperta. Depois um homem entra com um vaso de violetas. E assim, não sabemos mais se estamos no âmbito do sonho ou da realidade. Estamos em perspectivas reversíveis. Jaques Prevent escreveu que a o fato de metade da humanidade, neste exato momento, estar sonhando, alguma coisa deve influenciar a metade do mundo que está acordada. Duas cenas são emblemáticas. O homem fecha um baseado e fuma. A mulher bebe vinho. Ele oferece o baseado, ela nega. Ela estende a taça de vinho para ele que recusa. A impossibilidade. Os deitados na cama, simétricos e invertidos. Como o símbolo Yang/Yin. O que é sonhar o que é despertar. Plano do chão, ela desenha um brontossauro na perna do homem. Dele que só vemos as pernas, pergunta se ele seria um brontossauro. Ela responde que brontossauros são vegetarianos. O vaso cai, sem violetas. Uma ligação com a mente primitiva, como a poesia primitiva. Quando estamos vivendo de fato, na memória, no dia-a-dia, nos sonhos ou na vigília. Perspectivas reversas. Pós dramático.
E para finalizar, Iuli Gerabase como a Confissão. Iuli retoma a narrativa dramática, apostando na comédia. E de inicio já produz três piadas cinematográficas. Três pegadinhas para o espectador. Na primeira, abre a cena com um homem ao confessionário. No plano seguinte ele está sentado dentro do armário escancarado e o confessionário é um bimbo. Ele discorre sobre o fracasso de sua vida. A mulher começa a retrucar. O enquadramento agora é quase um clássico de novela das oito. Marido e mulher numa discussão de relação. E entra o terceiro elemento. Um pequeno movimento de câmera e vemos o amante, um taxista, sentado ao lado de um grande cactus eretus. Pronto, se desenhou a comédia de situação. Coerente e divertido.
No primeiro filme do Gabriel Carrion, Cinco Dedos, começa com uma reflexão sobre a vida. Perdemos aquilo que mais desejamos não obstante e o narcisismo constantemente a reafirmar a concretude e a posse. A seguir temos a situação. Dois homens: um amarrado, subjugado e outro no controle. Gerenciando um processo que, mais tarde saberemos, é de vingança. A câmera congela e eles são apresentados. Aqui já temos o sujeito épico do drama. Embora a cena mostrada aconteça presente, tudo já aconteceu. A partir desta situação Gabriel reconstrói a relação dos dois, o passado através de fotos representativas de um tempo que os unia na gag de lutadores de rua. O gay espancado e a namorada assassinada por ser pivô do abandono da gag pelo líder. E assim, com um martelo e uma faca, o ex-líder perpetra a sua vingança pela morte da namorada e enquanto o subjugado mostra sua admiração pelo líder da troupe. Porém, no sujeito épico do drama, é necessário que ele também não tenha todo o controle da situação. Poderia se desenvolver a atração entre os amigos, uma espécie de admiração quase incondicional. O amor sem sexo que está embutido nos brother, parceiros, e cumplicidade entre homens. Uma admiração tão grande e idealizada que conduz invariavelmente a decepção. Esta trilha deixaria os afetos mais complexos. Gabriel temeu fazer uma história gay e ficou um pouco aquém de sua realização. Se fosse mais fundo, a trama não seria entre dois gays, mais entre dois homens com um mistério emocional entre eles. Um lance humano.
Alice Castiel Ruas como “Coisas Que Esquecemos No Sono”, produz uma obra quase posdramática. A narrativa é indecidível, poetica, pequenas cenas, quase esquetes líricos. Começa com imagem de uma mulher lavando a terra de um vaso. Angústia no ar. Depois ela desperta. Depois um homem entra com um vaso de violetas. E assim, não sabemos mais se estamos no âmbito do sonho ou da realidade. Estamos em perspectivas reversíveis. Jaques Prevent escreveu que a o fato de metade da humanidade, neste exato momento, estar sonhando, alguma coisa deve influenciar a metade do mundo que está acordada. Duas cenas são emblemáticas. O homem fecha um baseado e fuma. A mulher bebe vinho. Ele oferece o baseado, ela nega. Ela estende a taça de vinho para ele que recusa. A impossibilidade. Os deitados na cama, simétricos e invertidos. Como o símbolo Yang/Yin. O que é sonhar o que é despertar. Plano do chão, ela desenha um brontossauro na perna do homem. Dele que só vemos as pernas, pergunta se ele seria um brontossauro. Ela responde que brontossauros são vegetarianos. O vaso cai, sem violetas. Uma ligação com a mente primitiva, como a poesia primitiva. Quando estamos vivendo de fato, na memória, no dia-a-dia, nos sonhos ou na vigília. Perspectivas reversas. Pós dramático.
E para finalizar, Iuli Gerabase como a Confissão. Iuli retoma a narrativa dramática, apostando na comédia. E de inicio já produz três piadas cinematográficas. Três pegadinhas para o espectador. Na primeira, abre a cena com um homem ao confessionário. No plano seguinte ele está sentado dentro do armário escancarado e o confessionário é um bimbo. Ele discorre sobre o fracasso de sua vida. A mulher começa a retrucar. O enquadramento agora é quase um clássico de novela das oito. Marido e mulher numa discussão de relação. E entra o terceiro elemento. Um pequeno movimento de câmera e vemos o amante, um taxista, sentado ao lado de um grande cactus eretus. Pronto, se desenhou a comédia de situação. Coerente e divertido.
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