Som & Fúria


Pois a minisérie "Som e Fúria" passa quase desapercebida pelo Ibope mas não para o espectador que garimpa canais e programas no mar de mesmice que se transfomou a televisão do mundo todo. O programa tem assinatura do Fernando "Cidade de Deus" Meirelles. Vamos combinar, o cara é mais do que bom. O univeso tratado é o mundo do teatro. Sonhos, desilusões e vaidades. Não vou fazer uma crítica ao trabalho porque não é este meu papel. Com psicanalista e homem de teatro, mantenho o exercício do pensamento em constante treinar. E as vezes divido aqui neste solitário blog sempre embora sempre me questione sobre quem me lê.

O fato que quero comentar na minisérie é uso da música na trilha. A direção restaura um dos maiores e mais importantes grupos musicais dos anos 70: Seco e Molhados. Em 1973, uma música bem elaborada com cordas de João Ricardo e arranjos sofisticados de Gerson Conrad, com um estranho cantor de voz fina e todo maquiado e seminu surpreendeu o establisment nacional. O cantor era Ney Matogrosso. Surpreendeu também com as letras ao musicar poemas de Vinicius de Morais, Manuel Bandeira e outros. Uma comoção. O "Vira" tocava em todas as reuniões dançantes e invariavelemente alguém tentava imitar com um falsete vagabundo o lider da banda. O poema musicado "Rosa de Hiroshima" era uma obra contundete. Secos e Molhados estiveram uma única vez em Porto Alegre, final dequele anos, numa única apresentação em uma terçafeira o Gigantinho. Como é que eu lembro? Simples: eu não fui. Tinha uma recuperação de matemática na quarta de manhã e abusurdamente fiquei em casa estudando. Perdi assim únic apresentação do Seco & Molhados. Lamentável o bom-meninismo que as vezes se abate sobre nós.

Por isso, quando na trilha do Som e Fúria escutamos os acordes da banda há uma reparação de uma sonoridde perdida e que, a luz dos nossos dias, revela-se extremamente atual. Essencialmente por conter som e poesia em proporções perfeitas. Não bastasse os acertos do Fernando Meirelles, não bastasse as intrepretaçãos monumentais de Felipe Camargo e Andréia Beltrão e todo o elenco nota mil, ainda temos Secos e Molhados, retirado do ostrascismo, emergindo como os fantasmas de Shakeaspeare a iluminar verdades escotomizadas pelo modismo e pelo lugar comum.

Comentários

Anônimo disse…
há uma intimidade gigantesca do conteúdo dramático com a trilha sonora, onde o espectador sente a dor, a emoção, as alegrias e vaidades até mesmo de cada personagem
grande trabalho que merece o apreço de muitos e o estudo dos nossos que por aqui fazem dessa arte a sua razão de viver
gigio Comunello disse…
Eu leio... atrasado, mas leio. Hehehe.

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