ÚLTIMO DIA DESTA TEMPORADA DE BAILEI NA CURVA

Tudo que é bom termina. O mistério-milagre da vida é o transitório. A idade vem, os cabelos brancos aparecem. Os filhos viajam pelo mundo afora. Os pais envelhecem. E as temporadas acabam. Estamos chegando ao fim de mais uma temporada do Bailei na Curva. Sempre fiquei tocado pelos ciclos do tempo. Os movimentos silenciosos que conspiram contra a eternidade. Ou em direção a ela. Bailei parece resistir ao tempo. É uma obra que existe por si só. Independente dos autores, dos atores, da encenação, Bailei sobrevive por si. Ganhou vida própria. Há muito tempo que deixei de me pensar como um dos autores da peça. Na verdade Bailei é que criou Júlio Conte. E Bailei segue se reinventando. Este ano parecia que a peça estraria no seu ocaso. Entra em cartaz no final da temporada, fevereiro, férias, sol, seca, chuva, mar verde no litoral, calor desmessurado. Tudo isso junto e mais um pouco. Mas no meio desta tempestade o germe autopoiético da peça se manifesta. A peça se recria, reiventa. Os atores se revitalizam no palco e o público se descobre na platéia. E somos novamente um, Bailei, atores, público, autores, Porto Alegre, Brasil, a história. Tudo ali na frente dos nossos olhos. Mágica. Parece que por um instante o tempo não passa e a vida se eterniza. O milagre Bailei na Curva tem mais uma apresentação hoje, um pedaço de eternidade.

Comentários

Marcos Vinicius disse…
Nem demais, na minha "egoísta" opinião, foi de menos. Temporada curta demais que não me permitiu sair do interior - Arroio Grande- para assistir (novamente) a peça. Lamento por mim, mas invejo os que conseguiram se emocionar, rir, aprender, experimentar, viver mais esse momento mágico do Bailei na Curva. Fico na expectativa da próxima. Parabéns Júlio Conte.

Abraços

Postagens mais visitadas