BION E SUAS REFERENCIAS

Wilfred Bion começou sua obra em psicanálise apoiado no ideal de ciência representado pela geometria e ao longo de sua vida evoluiu para um vértice estético, a ponto de, em seus últimos trabalhos usar poemas como referencial teórico como por exemplo os que aparecem abaixo.

Referências Bibliográficas

1.     milton — O Paraíso Perdido, Livro III

Tanto  melhor que  tu, 

Luz  celestial, Brilho interior, e a mente através de todos poderes dela

Irradia; lá os olhos falsos; toda a  névoa vem dali

Purga e dispersa, que eu posso ver  e contar

Das   coisas   invisíveis   ao   olhar   mortal

2.   donne  —  O  Segundo   Aniversário  de   Casamento

O sangue dela

Falou  em  suas  faces 

Puro e eloquente e   tão  nitidamente  elaborado

Que   alguém   poderia   quase   dizer,   seu  corpo pensou.  

3.   platão — Diálogos — Teeteio

Sócrates: 

Meu trabalho de parteira  em geral é como o delas, a única diferença é que meus pacientes são homens e não mulheres e  o  meu  interesse  não  está   no  corpo  e  sim  na  alma que sofre as dores do  nascimento.  O ponto  mais  alto da  minha arte é o poder de provar em cada teste se o resultado do pensamento de um jovem é um falso fantasma ou instinto com vida e verdade. Entretanto, eu sou tão parecido com a parteira que não posso sozinho fazer nascer a sabedoria, e a reprovação comum é tão verdadeira que, embora eu questione os outros, não posso sozinho trazer nada à luz porque não há sabedoria em mim.

4. shakespeare — Macbeth

Não podes tu ministrar a uma mente enferma,. ..

5.  yeats — Salomão e a Feiticeira

Ainda que o amor tenha olhos de aranha

Para descobrir alguma dor perene,

E que toda paixão passe num relance por  todos  nervos 

E teste os  amantes com a crueldade de  Escolha e do Acaso;

E  quando  por  fim  crime sexual tiver  terminado

Talvez a cama da noiva traga desespero,

Para  cada   uma  das  figuras  ali imaginadas 

E encontre assim ali a imagem real.

6. valery

Aquele que escreve todo um poema numa noite de febre, não é um delirante febril, mas sim um sábio calculista, quase um algebrista, aos serviços de um sonhador refinado.

7. max  pi.anck —  Uma  Autobiografia  Científica

Uma  nova   verdade  científica  não   triunfa  convencendo  seus oponentes  ou  fazendo-os  ver  a  luz,  mas  sim  porque  seus oponentes morrem eventualmente, e uma nova geração, já familiarizada   com   aquela   nova   verdade,   cresce   com   ela.

8. milton — Lycidas

Volta, Alfeu; a voz pavorosa passou

Que  diminui   vossa  corrente;  volta   Musa  Siciliana,...