Estréia “O Clube dos Cinco - a peça”

EstréiaO Clube dos Cinco - a peça”

Apenas nos dois primeiros dias o espetáculo terá entrada gratuita, com distribuição de senhas a partir das 19h, na bilheteria do Teatro Bruno Kiefer.

Quando: Quartas e Quintas, de 15 de Junho a 07 de Julho, 21h.

Onde: Teatro Bruno Kiefer, Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736
Centro- Porto Alegre).
Quanto: 15,00 a inteira / 10,00: para Clube do assinante ZH , estudantes e terceira idade.

A trilha sonora da peça foi feita pela Banda Tequila Baby, outro atrativo do espetáculo.

O espetáculo “O Clube dos cinco- a peça” é uma livre adaptação do filme “The Breakfast Club”, um clássico cult da década de 1980. O filme, quase teatral, foi lançado em VHS, sem entrar em cartaz nos cinemas, por ser menos comercial. Escrito e dirigido por John Hughes, traz no elenco principal Emilio Estevez, Molly Ringwald, Judd Nelson, Ally Sheedy , Anthony Michael Hall , Paul Gleason, entre outros.

Bob Bahlis assina o texto e direção do espetáculo teatral. Bahlis lembra que viu pela primeira vez o filme “O Clube dos Cinco”, em 1987. Na época sugeriu, ao seu grupo de teatro de então, montar uma peça sobre o universo dos adolescentes, baseado no filme.

A montagem estréia 21 anos depois, no Teatro Bruno Kiefer, no próximo dia 15 de Junho.

O espetáculo fala sobre um dia na vida de cinco adolescentes que estudam na mesma escola, mas nunca se falaram. Por terem cometido algo de muito errado, os alunos ficam detidos um sábado inteiro, num programa de antibullying do colégio e terão que redigir um texto, sobre o que pensam a respeito de si mesmos.

Apesar de muito diferentes, o aluno rebelde, a patricinha, a esquisita, o atleta e o CDF, acabam se conhecendo melhor e dividindo seus dramas pessoais.

Cinco alunos rebeldes, cada um de uma tribo, refletindo sobre algo que fizeram de errado na escola. De início, eles se detestam, brigam, discutem entre si. Mas depois a relação entre eles muda.

É uma comédia dramática, abordando, com uma linguagem leve e própria do adolescente,

o seu processo de crescimento, sua viagem de auto-conhecimento, sua busca de identidade.

Apesar de ser uma história dos anos 80, a adolescência continua sendo o mesmo momento turbulento de dúvidas e incertezas. A peça mostra que a soma das diferenças entre aqueles jovens, seus potenciais e fraquezas, é o que fortalece o grupo.

Cada um faz a sua parte na tarefa da construção do grupo, cada um dá o que tem para dar e o que sabe fazer para que a construção aconteça.

Assim o mundo fica melhor, mais justo e humano.

A peça traz, claramente, questões que vivem no interior de cada adolescente e de cada jovem: autoridade contestada, respeito, relação afetiva familiar, com amigos e colegas, depressão (perdas), sexualidade, identidade de grupo, bebida, referência do adulto como base para uma estrutura psíquica saudável, reconhecimento, medos, expectativas (pais/colegas), angústias, autoestima, inseguranças, pressões da vida adolescente, amores, ilusões e sonhos, entre outras.

No elenco da peça estão: Beto Mônaco (o professor), Pingo Alabarce (o aluno rebelde), Thiago Tavares (o CDF), Catharina Cecato Conte (a patricinha), Gabriel Ditelles (o atleta) e Mariana Del Pino (a estranha).

Thais Petzhold assina a coreografia e Marga Ferreira faz a iluminação.

Ficha técnica:

Direção e texto: Bob Bahlis f: 92186068

Elenco:

Pingo Alabarce (o aluno rebelde)

Thiago Tavares (o CDF)

Catharina Cecato Conte (a patricinha)

Gabriel Telles (o atleta)

Mariana Del Pino (a esquisita)

Beto Mônaco (o professor)

Coreografias: Thais Petzhold

Iluminação: Marga Ferreira

Trilha: Banda Tequilka Baby (Duda Calvin – vocal, James Andrew – guitarra, Davi Pacote – baixo, Rafael Heck – bateria)

Quebrando alguns estereótipos na escola

A peça começa mostrando de forma bastante incisiva os estereótipos que conhecemos: o aluno rebelde, a patricinha, a esquisita, o atleta e o CDF.
No decorrer da história os estereótipos são quebrados. Eles percebem que apesar de serem tão diferentes, também têm muito em comum. Quando eles se sentam e começam a falar de problemas com os pais, as pressões da vida adolescente e os problemas que os levaram a cumprir o castigo no fatídico sábado o clube se forma, não há mais antagonistas, ou coadjuvantes, apenas um protagonista: o clube dos cinco. O clube parece agregar os cinco, como se todos os problemas fossem um só, como se todos os medos e angústias fossem compartilhados por todos.
O personagem “Pedro”, o “bandido” da história, mostra-se o rebelde, aquele tipo aluno que todos os professores odeiam. Sua rebeldia começa a ser entendida quando ele conta sobre sua vida familiar, a origem de toda a violência está na família. No decorrer da história, ele dá demonstrações de bom caráter.
Um dos mistérios da peça é ”Tobias”: o que um CDF estaria fazendo de castigo num sábado, junto com Pedro, por exemplo? Todos ficam chocados ao descobrir que Tobias estava de castigo, porque tinha uma arma dentro de seu armário. Tobias havia tirado uma nota zero em uma das disciplinas e a pressão de ter notas baixas e as cobranças familiares quase o levam a cometer suicídio.

Uma história como o Clube dos Cinco nos leva a reflexão do ser humano, os alunos, as pessoas... Somos carregados de preconceitos milenares que podem embotar nossa percepção, mas devemos lembrar que a educação (como sugere Paulo Freire) é do homem para o homem. O homem deve ser educado pela sociedade e para a sociedade. Então é nosso dever quebrar alguns preconceitos, paradigmas e estereótipos que mascaram a real beleza do ser humano e de suas potencialidades.

A Psicopedagoga, Clarisse Alabarce Nery, analisou o texto do espetáculo teatral

A peça teatral “O Clube dos Cinco- a peça” é direcionada ao público adolescente e jovem de nossa época. Através da ação de seus personagens, que caracterizam os tipos constitucionais de um grupo adolescente, aborda questões referentes à fase do desenvolvimento em que acontece um processo de transformações físicas e psíquicas muito intensas, que pode ser agravado ou não por questões de ordem social, familiar ou escolar.

Adolescer significa crescer, desenvolver-se. É conquistar um lugar, adquirir independência e autonomia. É passar por perdas. É uma época de lutos. O luto pelo corpo infantil perdido, o luto pela identidade infantil, não é mais criança, mas também não é adulto, necessitando enfrentar a independência e a responsabilidade que o novo papel exige. E o luto pelos pais da infância, a perda dos pais protetores e que sabiam tudo. Onde foram parar? Os pais idealizados morreram! Surge então um sentimento de desamparo, próprio desta fase do desenvolvimento.

Nesse momento, o adolescente necessita testar seus potenciais (o que é capaz de fazer e enfrentar) e suas fraquezas, para poder descobrir o seu verdadeiro “EU”! Descobrir a sua individualidade com e na diversidade do mundo!

O Clube dos Cinco traz esta questão na forma de uma comédia dramática, abordando com uma linguagem bem característica do adolescente, a maneira como o mesmo realiza o seu autoconhecimento e, através dele, constrói uma diversidade cultural em que as diferenças devem ser respeitadas e socializadas. Viver e conviver com as diferenças e com a diversidade faz com que o adolescente perceba a sua individualidade e descubra a força vital do grupo, pois apesar de cada um ser diferente, também tem muito em comum com os outros.

Este processo acontece na vivência de reações físicas e emocionais que, muitas vezes, mobilizam e incomodam os adultos, fazendo com que tenham que sair de sua zona de conforto, mudem seus valores e concepções e o olhar sobre aquela individualidade que está na sua frente.

A peça traz, claramente, questões que vivem no interior de cada adolescente e de cada jovem: autoridade contestada, respeito, relação afetiva familiar, com amigos e colegas, depressão (perdas), sexualidade, identidade de grupo, bebida, referência do adulto como base para uma estrutura psíquica saudável, reconhecimento, medos, expectativas (pais/colegas), angústias, autoestima, inseguranças, pressões da vida adolescente, amores, ilusões e sonhos, entre outras.

Assistindo à peça, os jovens terão a oportunidade de conscientizar-se de suas próprias questões e possibilitar uma reflexão para o seu autoconhecimento. Sabendo que outros jovens também passam por esse processo que, apesar de sofrido, traz crescimento e amadurecimento, o adolescente sente um conforto interno e um alívio emocional, pois não é só ele que vive essas transformações e sente emoções tão diferentes.

Esse processo necessita ser compreendido pelos pais e pelos próprios adolescentes e jovens, a fim de que seja para eles uma etapa da vida que possibilite a construção de um agir saudável e feliz, aprendendo a respeitar e a conviver com as diferenças individuais. Que possam desenvolver um sentimento de pertencimento em relação ao mundo e ao seu grupo social.

Clarisse Alabarce Nery

Psicopedagoga – Pedagoga Terapêutica -

Formação: Pedagogia – Orientação Educacional – UFRGS

Especialização em Psicopedagogia – Porto Alegre

Especialização em Educação e Reeducação para surdos – UNICAMP- Campinas - SP

Especialização em Pedagogia Terapêutica – Campinas – (Curso desenvolvido na Alemanha)

Trabalho em escolas, clínica e consultório com crianças e adolescentes.

Experiência profissional:

Professora, orientadora educacional, psicopedagoga (terapeuta) – desde 1980

Trilha sonora do espetáculo by Tequila Baby

A trilha sonora da peça fica por conta da banda Tequila Baby. Canções inéditas da banda são usadas durante o espetáculo.

Com milhares de fãs e hoje com 16 anos de estrada, a Tequila Baby é uma banda que se tornou ícone do punk rock nacional.

Ao longo da carreira são 7 discos, sendo cinco de estúdio, dois álbuns ao vivo e 1 DVD, que foi feito em parceria com um grande ídolo da banda, Marky Ramone, ex baterista dos Ramones.

A Tequila Baby já fez shows ao lado de bandas mundialmente consagradas como, The Offspring, Bad Religion, NOFX, Shelter e Marky Ramone & Intruders.

A Tequila, como é chamada carinhosamente pelos fãs, já recebeu vários prêmios. O mais recente a banda recebeu do site Rock Gaúcho, a música ‘Velhas Fotos”, presente em seu segundo álbum “Sangue, ouro e pólvora” e nas gravações ao vivo recebeu o prêmio de “Melhor Música do Rock Gaúcho de todos os tempos”.

Apenas dois meses após o lançamento do seu álbum, “Lobos Não Usam Coleira” a banda também teve a grata surpresa de receber o título de “Melhor álbum de Banda Gaúcha”, através de votação do público em enquete promovida pelo site ClicRBS.

Com suas músicas sendo incluídas em trilhas sonoras de filmes, programas de TV e até em desenhos animados, a banda já soma mais de 150.000 discos vendidos e mais de 1.000 apresentações realizadas pelo país.

A Tequila Baby continua fazendo shows por todo país e está compondo as músicas para o seu oitavo álbum.

Tequila Baby é: Duda Calvin – vocal, James Andrew – guitarra, Davi Pacote – baixo , Rafael Heck – bateria.

Coreografia do espetáculo by Thais Petzhold

Thais Petzhold é atuante na cena cultural desde 1990. Foi coordenadora do Núcleo Cultural Tony Petzhold (1997/2004) onde a prioridade era a formação e produção em dança e teatro. Ganhadora do Prêmio Açorianos de Dança - melhor bailarina 1994 e 2009.

Com formação em dança clássica aliada a uma vasta experiência em outros estilos de dança e técnicas de movimento, além de linguagem e interpretação teatral, tem seu trabalho baseado na linguagem da dança contemporânea e sua interface com outras artes, elementos da natureza, arquitetura, cotidiano, filosofia e ciência.

É coordenadora de grupo de pesquisa que focaliza a sensibilidade, o experimento corporal e sua apropriação como ponto de partida para um Estar mais consciente, criativo e amplo. Caminho que vai sendo construído por experiências individuais e coletivas compartilhadas e pelo reconhecimento do transitório.


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