LUZ, MAIS LUZ, CADA VEZ MAIS LUZ

Chico Marshall respondeu no Facebook que a reação a ghetificão seria a Goethficação. E mandou um documentário que acabei de assistir e posso dizer para vocês que é sensacional. Marshall é uma dessas pessoas que a gente encontra e melhora a vida da gente. Não canso de bater cabeça para ele. Conheci no dia que estava assinando meu contrato de professor substituto no Departamento de Arte Dramática da UFRGS. Tinha contrato para a disciplina de Direção e foi para a Reitoria assinar, finalmente, o tal contrato. Na passagem, vi anúncios do Museu da Dúvida e fiquei atraído pela ideia. Foi falar e me dei de cara com ele. Falei que estava no DAD e havia visto que não tinha teatro no programa. Ele ficou irritado comigo. Estava pedido pela manifestação do Instituto de Artes há meses sem resposta. E há poucos dias da abertura eu chegava ali para falar de teatro com ele. Eu mostrei meu contrato. Acabara de assinar. Mas estava disposto a participar. Tinha uma série e alunos promissores que poderiam dar conta do recado. Hamlet, Ricardo III, Blanche e vários outros eram assunto do trabalho. Levei a ideia para a turma que se mobilizou de imediato. Dois dias depois, horas antes da estréia tínhamos pronto toda a participação no Museu de Dúvida. Foi quando veio uma proibição da direção do Instituto de Artes. Afinal, alunos do primeiro semestre não poderia representar a Escola de Teatro. Foi nessa hora que o Marshall deu uma de Dorival e encarou a guarda. Bancou a participação e enfrentou o establishment. A partir daí, passei a admirar cada vez mais o Chico. Depois quando ele fez o Studio Clio, o lugar mais importante da cultura do sul do Brasil, completou o ciclo de admiração. Como disse, bato cabeça todo dia para ele. E coloco aqui o documentário sobre Goeth. São 26 minutos de prazer. vale a pena ir até o fim e imaginar porque precisamos de luz, mais luz, cada vez mais luz.

Comentários

Puxa, caro Julio, que comentário generoso, muito obrigado!
Lembro que a interdição então vinda da direção do IA era também quanto à inicitiva e participação de um professor substituto, insustentável. Fiado no poder das boas ideias, na certeza de que professor substituto é professor plenamente investido e ainda mais admirado, pois sabia que tinha diante de mim Julio Conte (então com seus 36 anos, isso foi em 1997), joguei no lixo o ofício vindo do IA e iniciamos uma amizade que até hoje frutifica fantasticamente. Diga-se que a performance apresentada ateou fogo belamente naquela inauguração do Museu da Dúvida, em que Eva Schuhl também apresentou a Dança da Dúvida, comissionada para o evento. A luz do fogo, a do Sol, a da lua, a de Goethe e a nossa mesma ainda têm muito que nos iluminar.

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