A INCERTEZA
O Principio da Incerteza de Werner Heisenberg apresentado ao mundo em 1927 mudou a forma de pensar de toda a humanidade embora boa parte dos sujeitos pensantes do planeta não tenham percebido. A trama havia se iniciado antes com a discussão sobre a natureza da luz. Alguns provando que era onda, a teoria ondulatória, e outros que era matéria, a teoria quântica. Resulta que o contrário de uma verdade, segundo Pascal, não é um mentira, mas sim outra verdade. Ou como sustentou Niels Bohr, parceiro de debates de Heisenberg, o contrário de uma verdade profunda é outra verdade profunda. O princípio da Incerteza afirma que não se pode dimensionar o velocidade e a posição da partícula ao mesmo tempo. Ou seja, quando sabemos da posição, não sabemos da velocidade e vice versa. A lógica da Incerteza se baseia na dualidade da luz. Uma vez que os grandes físicos da humanidade chegaram a um acordo que a luz obedece a dois sistemas ao mesmo tempo. É então onda e matéria. Por isso a impossibilidade de detectar a velocidade e a posição da partícula, pois o feixe de luz usado para medir altera a posição ou a velocidade. Digo isso, porque apesar de parecer uma coisa banal e de interesse técnico de uma serie de mentes de privilegiadas de cientistas, tem repercussão nos detalhes da nossa vida cotidiana. Isso se reflete em todos os métodos de observação que temos em nossa cultura. Um exemplo é que o analista interfere na observação do seu paciente. O publico interfere no espetáculo. Um filho que observa o pai, interfere na reação do pai e vice versa. Outro dia um amigo foi ver o filho jogar futebol na escolinha do clube. Quando o menino viu o pai parou de jogar. O pai perguntou o que houve. Ao que o filho responde: “não vem mais”. Faço estas reflexões pois postei alguns comentário sobre peças e história do teatro. Foram recortes pessoais e subjetivos, submetidos aos limites da incerteza. E destaco a importância da incerteza pois quando falo do publico não falo da peça. Quando falo da história não falo de toda a historia. Opto pela subjetividade. Pois ao contrário da objetividade, ideal de ciência, abandono o que tenho de melhor em mim. A minha experiência e o que eu vivi.
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