O CASAL, O HUMOR E O SEXO

Para termos uma boa comunicação, quero começar definindo o que é casal, o que é humor e o que é sexo.

O casal é aquela dupla formada pelo marido, ela mulher e a amante. As vezes, uma variação contemporânea, há o marido, a mulher e o amante. Ou ainda, o marido, a mulher, o amante da mulher e a amante do marido. Mantém, no entanto, uma relação bastante estável baseado no uso diário de dose homeopáticas de hipocrisia. O marido e a mulher se tornam companheiros, parceiros, confidentes, amigos e praticam sexo com os amantes. O subterfúgio mais usado pelas mulheres para não terem relações sexuais com seus maridos é a dor de cabeça e a dos maridos para não encararem a patroa é o “trabalhando demais”. O torna todo este complexo relacionamento suportável é o risco de que o amor seja substituído por uma pensão alimentícia, o que tem causado nos casais modernos uma série fobias, depressão, síndrome do pânico e impotência. Daí o sucesso do Viagra e do Prozac. Embora se saiba que um casal em que a mulher toma Prozac e o marido Viagra está longe de ser o ideal. Os efeitos colaterais produzem uma mulher sem libido, alegre e trabalhadora e um marido viril mas com muita dor de cabeça.

Isso sem falar na variações de gênero. Por exemplo, um casal pode ser formado por dois homens. Estes homens podem possuir uma gama imensa de gestualidade. Variam desde gestos afetados, exageradamente femininos, muitas vezes, mais femininos do que qualquer mulher, em corpos frágeis e delicados até casais que apresentam gestos masculino, mais masculinos do que Mel Gibson, em corpos malhados e musculosos. Enfim, um amplo transito entre o estereótipo e o esteróide.

Já área feminina, existem pelo menos dois tipos de casais de mulheres. Um que é formado de duas mulheres jovens, muito bonitas, malhadas e extremamente femininas. Outro tipo seria o formado por uma mulher é mais jovem, podendo beirar a adolescência, e uma mulheres bem mais velha, esta última também é conhecida como caminhão. Usa cabelos cortado cadete, vestem-se como calças militares, calça botina e quando qualquer homem se aproxima do caminhão, sente no ar uma alta dosagem de testosterona – evidentemente que e não é dele - e sente-se ainda algo dentro de si um tanto estranho quando percebe-se um tanto afeminado. Qualquer homem frente a um caminhão sente-se um pouco veado.

Uma característica interessante sobre casais hetero e homossexuais é a forma que saem a noite. Um homem que conversa com uma mulher não é casado pois estes entram no restaurante, juntam, bebem, não se falam e vão dormir. Geralmente os casais hetero saem a noite de quatro.Com um casal de amigos, de modo que o homem possa falar com o homem e a mulher possa falar com a mulher. Dizem que em São Paulo os homens sentam na frente e as mulher atrás, mas não há nenhum estudo estatístico sério que prove esta hipótese. Já nos casais homossexuais, estatísticas provam, que o mais comum é saírem em a três. Homossexuais femininas saem em três mulheres, duas namoradas e uma amiga, ou duas amigas e um caminhão para ter mais segurança. Enquanto que os homossexuais masculinos saem com uma mulher junto. Para não dar falatório. Essa uma amiga pode ser enquadrada - se usarmos a nomenclatura internacional de GLS, gays, lésbicas e simpatizantes - como simpatizante. É o que na gíria do gheto se chama de Maria Claudia. É o tipo de mulher, embora não seja homossexual, adora o mundo gay, a estética gay, as piadas gays e critica as bonecas que caminham no Parcão e os boludos que comem cachorro quente e tomam cerveja no boteco da esquina depois do futebol.

O humor é aquela coisa que produz riso. O riso faz com que os seres humanos tenham esgares faciais, emissões de ar convulsiva acompanhada de movimentos de braços as vezes fazendo sinais negativos, as vezes batendo na coxas, associadas a cacarejares desritmados, freqüentemente seguidos de dispnéia e eritema facial. O riso é contagiante, potencializado pela quantidade de seres humanos, pelo uso moderado de álcool e, desencadeada sem nenhum motivo pelo de cannabis sattiva.

O riso no século XX, partilha o campo do pensamento junto com o jogo, a arte e o inconsciente, isto é, habita o espaço do indizível, impensado, do inusitado. Isso não é uma piada. Segue o trajeto do pensamento que se desgarra, se depreende dos limites, cria um novo estado mental na qual o problemático passa a ser uma questão do passado, ridicularizado pelo novo sentido a vida tem que ser inventada. O humor guarda sempre um segredo, um nada que subjaz todo riso, uma revelação enclausurada, um mistério revelado. O riso é a resolução de um mistério insolúvel, na qual a realidade se suspende o tempo suficiente para que o novo se estabeleça.

Para Freud, o chiste era um trabalho do pré-consciente sobre o idéias conscientes, que por um momento passeiam pelo terrenos oníricos do inconsciente. Voltando de lá tingidas pelas tintas dos sonhos, da imaginação e dos mitos. O chiste tem sempre uma elipse, produz desconcerto e esclarecimento.

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